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  • Equipe CG

CONHEÇA O SÍMBOLO DO BARROCO MINEIRO: ALEIJADINHO

Aleijadinho é considerado o mais importante artista plástico do período colonial brasileiro. Conheça um pouco mais sobre a vida desse grande artista plástico!



Antônio Francisco Lisboa, conhecido como Aleijadinho, nasceu em 1730, na cidade de Vila Rica, atual Ouro Preto, em Minas Gerais. Seu pai, de nacionalidade portuguesa, era mestre-de-obras, arquiteto e entalhador. Sua mãe, Isabel, era escrava.


Aleijadinho era muito curioso e determinado. Ainda pequeno, aprendeu música, latim e religião. Passava a maior parte do tempo na oficina de seu pai, onde aprendeu na prática a arte do desenho, arquitetura e ornamentos.


Sua formação artística se desenvolveu com 4 grandes mestres da época: seu pai, seu tio e outros dois profissionais portugueses de grande experiência.


Foi durante a época do ouro em Minas Gerais que Aleijadinho se sobressaiu como escultor, entalhador e projetista. Sua principal matéria-prima era a pedra-sabão.


Por volta de 1760, já era considerado um mestre, e seu trabalho era bastante requisitado na construção de igrejas, obras que podemos contemplar até hoje.


Um fato marcante em sua vida foi a enfermidade que lhe valeu o apelido de Aleijadinho. Por volta de 1777, suas mãos e pés foram perdendo os movimentos e se deformando, levando-o a se isolar e trabalhar escondido.


Impaciente e colérico com estranhos, Aleijadinho era um homem alegre junto aos seus escravos e discípulos. Maurício, Agostinho e Januário, seus aprendizes, amarravam ferramentas em seus braços para que continuasse a trabalhar, e anexavam joelheiras em suas pernas, para que pudesse se locomover.


Aleijadinho trabalhou muito no final de sua vida, até perder completamente a visão, por volta de 1812. Viveu seus últimos anos com a nora e parteira Joana Lopes. Morreu em 1814 em Ouro Preto/MG.


Sua primeira biografia foi escrita em 1858, por Rodrigo José Ferreira Bretas, baseada em documentos e depoimentos.


A produção artística de Aleijadinho é vasta, e boa parte encontra-se registrada nos arquivos das igrejas onde trabalhou. Suas obras estão espalhadas na arquitetura de inúmeras igrejas no estado de Minas Gerais.


As estátuas, lavabos e esculturas retratam 2 fases de sua vida:


1ª – Antes da doença: Obras que refletem a alegria de sua juventude;


2ª – Após a doença: Obras que retratam sua amargura, tristeza e melancolia.


Foi na 2ª fase que criou o conjunto de esculturas consideradas suas obras-primas: “Os Passos da Paixão” (1796) e “Os Doze Profetas” (1800), ambos da Igreja Bom Jesus de Matosinhos, em Congonhas do Campo/MG.


A rampa que conduz ao Santuário de Bom Jesus é cercada pelas "Capelas dos Passos", com 66 imagens esculpidas em cedro, que retratam a Paixão de Cristo, sendo consideradas o principal conjunto de imagens do Barroco brasileiro.


Na arquitetura, seu trabalho de maior destaque, é o projeto da Igreja de São Francisco de Assis, em Ouro Preto (1766).


Também são obras de Aleijadinho:


• Os Altares de Santo Antônio e de São Francisco de Paula, na Igreja de Nossa Senhora do Bom Sucesso, matriz de Caeté (1760);


• Fonte do Padre Faria do Alto da Cruz, Vila Rica (1761);


• Projeto da Igreja de São João Batista, Morro Grande (1763);


• Esculturas em pedra-sabão do frontispício e da porta da Capela da Ordem Terceira do Carmo, Sabará (1769-71);


• Projeto o retábulo da capela-mor para a Capela da Confraria dos Negros de São José, Vila Rica (1772);


• Projeto da Capela da Ordem Terceira de São Francisco de Assis da Penitência, São João del Rei (1774);


• Capela-mor da Igreja de Nossa Senhora das Mercês, Vila Rica (1775);


• São Miguel em seu nicho e o pórtico da Igreja de São Miguel e Almas, Vila Rica (1778);


• Balcão da Igreja da Assunção de Nossa Senhora, Mariana (1783);


• Altar da Capela da Confraria dos Negros de São José, Vila Rica (1789);


• Projeto das torres e do pórtico da Igreja de Santo Antônio, Matriz de São João del Rei (1810).


Costuma-se atribuir ao artista, a seguinte frase: “Quem não valoriza as pequenas coisas, não saberá valorizar as grandes; se é que chegará lá.”


Ninguém melhor do que Aleijadinho, um grande mestre, que dominou as artes manuais, para nos ensinar a importância dos detalhes em uma obra.



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